O primeiro tema na agenda do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi a famigerada dívida pública da cidade. A maior metrópole do país é também dona da maior dívida. São cerca de R$ 58 bilhões, valor que,  nos últimos anos, ultrapassou o total destinado aos investimentos.

O principal credor da Prefeitura é o governo federal: a dívida representa 80% do total. Nesta segunda, Haddad se encontrou com a presidente Dilma Rousseff em Brasília para discutir planos de renegociação dos juros e encargos pagos por São Paulo, definidos em 2000 pela Medida Provisória 2185.

O editorial da Folha desta segunda argumenta que apenas a renegociação liberará a cidade de seu maior entrave: a falta de capacidade de investimentos. O economista Odilon Guedes, da Rede Nossa São Paulo, também defendeu, em entrevista na rádio CBN, novos parâmetros para o pagamento da dívida. Segundo ele, se a forma de cobrança e pagamento for mantida, a dívida pode chegar a 220 bilhões de reais em 2030.

O gráfico abaixo utiliza os valores das Secretarias Municipais de Planejamento, Orçamento e Gestão e de Finanças, que mostram os totais devidos e as despesas de 2010 e 2011, além das projeções contidas nas Leis de Diretrizes Orçamentárias

Desde que prefeitura e a União fecharam a negociação, a cidade de São Paulo já desembolsou R$ 18,9 bilhões para pagar sua dívida federal. Do total, apenas 1,1 bilhão foram destinados à amortização. A grande parte, R$ 17,7 bilhões, foi  gasta apenas com os juros, que são de 9% ao ano.

O gráfico abaixo mostra a diferença entre juros, amortização e encargos da dívida de São Paulo com a União.